sexta-feira, 17 de junho de 2011

Literatura Portuguesa: Trovadorismo e Humanismo (2)

HUMANISME:
Período tipicamente de transição da cultura medieval para a cultura clássica. Estende-se de 1437 a 1527 com a volta de Sá de Miranda da Itália e a introdução do Renascimento Literário em Portugal.
A 2ª Época Medieval ou Humanismo.  
INÍCIO: nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do Tombo. (1434). TÉRMINO: Sá de Miranda traz da Itália a Medida Nova e outras inovações (1527).
Cronista-mor: cargo do reino português
Torre do tombo: arquivo central de Portugal
O humanismo é período muito rico no desenvolvimento da prosa, graças aos trabalhos dos cronistas, sobretudo, Fernão Lopes, considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Outra manifestação importantíssima que se desenvolve mo humanismo, é , o teatro popular de Gil Vicente. A poesia conhece um momento de decadência.  

Contexto histórico:
O Humanismo marca toda a transição de um Portugal caracterizado por valores medievais para uma nova realidade, em que se percebe, a ascensão de uma nova classe social: a burguesia. A economia de subsistência feudal é substituída pelas atividades comerciais.
Como conseqüência:
  • o antropocentrismo: homem como centro do universo vai,substituir o teocentrismo medieval.
  • crise do sistema feudal
  • crise na Igreja ( leva a Igrja a ter dos papas: um em Roma outro em avignon.
  • desenvolvimento comercial: início da ascensão da burguesia, a nova classe social; Expansão marítima
  • Surgimento dos livros e democratização do conhecimento
I)             A crônica Histórica Portuguesa: Fernão Lopes
Como cronista, Fernão Lopes tinha um compromisso com a verdade histórica. Isso o conduz à uma imparcialidade na análise dos fatos. Além disso nos dá em sua obra uma visão do conjunto da sociedade  portuguesa da época, 

  • Crônica histórica: união do literário e do histórico.
  • Imparcialidade na visão dos acontecimentos.
  • Compromisso com a verdade histórica.
  • Interesse pelo lado humano dos acontecimentos que determinaram a história.
  • Critica o rei e os nobres em seus textos.
  • Produz três crônicas: Crônica del-Rei D. Pedro I, Crônica del-Rei D. Fernando e Crônica del-Rei D. João I
II)            A poesia Palaciana: Garcia de Resende (quem a organizou)
A poesia palaciana assim chamada por ser feita pornobres para a nobreza ou quatrocentista por se desenvolvernos anos de 1400.
A principal modificação apresentada pela poesia palaciana é a separação entre a música e o texto.
  • Toda a poesia desse período foi compilada por Garcia Resende no seu Cancioneiro Geral
  • Poesia palaciana ou poesia quatrocentista era feita por nobres para a nobreza
  • Separação da poesia do canto e da música.
  • Inovação formal: utilização da redondilha maior, o verso de sete sílabas.
  • Tema: idealização da mulher (próximo ao ideal feminino medieval)

  • III) Teatro Popular: Gil Vicente
É considerado o criador do teatro português. o teatro de Gil Vicente é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo.
  • Iniciador do teatro popular em Portugal: Auto da Visitação ou monólogo do vaqueiro.
  • Satiriza o clero, a nobreza e o povo.
  • Retrata os valores populares e cristãos da vida medieval.
  • Critica, de forma contundente, a sociedade.
  • Temas de caráter universal.
  • Tipos humanos: o papa, o clero, o rei, a mulher adúltera, diabos, velho inocente, judeus, etc.
  • Suas peças voltadas para a edificação do homem.  
Quanto á forma, é um teatro totalmente escrito em versos (redondilhas = versos de 7 sílabas). O teatro de Gil Vicente é extremmente simples. Tampouco obedece às três unidades do teatro clássico: Ação, lugar e tempo. è por isso que seu teatro é visto como ágil e moderno.
Uso do recurso da alegoria para expressar um pensamento sob forma figurada: ou seja, dizer uma coisa por meio de outra.  Exemplo da Alegoria da Caverna de Platão.
Auto: é uma designação genérica para textos poéticos (normalmente em redondilhas) que serviam para representação teatrais  em fim da Idade Média.

Atividade: Analise as afirmações a seguir:
I. Embora pertencentes ao período renascentista, os autores do Humanismo português mantinham forte influência medieval, principalmente na visão cristão do homem.
II. O teatro de Gil Vicente é o expoente artístico-cultural desse período em Portugal.   
III. A histografia teve um papel secundário no período humanista português
a) Apenas I está correta
b) Apenas II está correta
c) I e II estão corretas
d) Nenhum está correta.
e) Todas estão corretas.
2) Houve um momento em que a poesia se dissocia da música e ganha uma temática ligada a futilidades e a obras de apuro métrico e estético.
a) Como ficou conhecido esse momento no Humanismo português? b) Que nome se dá à coleção desses textos literários
3) Sobre Fernão Lopes, não se pode afirmar que:
a) não se pode negar o espírito objetivo e justo com que analisou os documentos históricos a que teve acesso como guarda-mor dos arquivos do Estado.
b) Usou, em seus textos, tanto a narração quanto a descrição, mas desprezou a utilização de diálogos, para não empobrecer suas crônicas.
c) foi considerado o “Pai da História” em Portugal ou o iniciador da historiografia científica portuguesa.
d) são de sua autoria a Crônica de D. Pedro, a Crônica de D. Fernando e a Crônica de D. João I.
e) fez parte do Humanismo português, escola literária que marcou a transição da Idade Média para o Renascimento.

4) O Humanismo:

a) mostra a substituição do Antropocentrismo (o Homem é o centro do universo) pelo Teocentrismo (Deus é o centro do universo).
b) tem início em 1434, quando Fernão Lopes passa a ser o Cronista-mor de Portugal.
c) retrata que os problemas humanos, aos poucos, tornam-se fonte de preocupação para os escritores.
d) além de Amadis de Gaula, a mais famosa novela de cavala-ria da época, foi a época literária em que surgiu A Demanda do Santo Graal.
e) tem, entre seus textos literários, os de prosa doutrinária, que foram escritos com a finalidade de ensinar ao povo os elementos básicos para sua educação.

Auto da feira:
Um dos autos religiosos de Gil Vicente, esta peça é cheia de figuras alegóricas e que segue os preceitos católicos da época. Nele, a figura da Alma aparece, e é levada pelo Anjo Custódio até a Igreja, sendo obstaculizada pelo Diabo, que a tenta com vários pecados. Chegando na estalajadeira que é representação da Igreja, a alma descansa e é derrotado o Diabo. Dentro da Igreja aparece a figura de quatro grandes teólogos: São Tomás, Jerônimo, Ambrósio e Agostinho.

Auto da visitação:
 
O Auto da Visitação, ou Monólogo do Vaqueiro, é uma peça de teatro portuguesa do século XVI. De raízes espanholas, foi a primeira obra de Gil Vicente, composta para anunciar o nascimento do príncipe D. João, futuro João III de Portugal. Estreou em 1502 no Paço Real, então no Castelo de São Jorge, em Lisboa, na presença do soberano, da rainha e da Corte.
Em ordem cronológica, vejamos as principais: _ Monólogo do vaqueiro (ou Auto da Visitação) (1502); _ Milagre de São Martinho (1504); _ Auto da Índia (1509); _ Écloga dos Reis Magos (1510); _ Farsa O Velho da Horta (1512); _ Moralidade da Sibila Cassandra (1514); _ Farsa Quem tem farelos? (1515); _ Auto de Mofina Mendes (151); _ Primeiro Auto da Moralidade das Barcas (1517); _ Moralidade da Alma (1518); _ Segundo Auto da Moralidade das Barcas (1518); _ Terceiro Auto da Moralidade das Barcas (1519); _ Auto da Fama (1520); _ Comédia de Rubena (1521); _ Farsa de Inês Pereira (1522); _ Comédia de Amadis de Gaula (1523). A linguagem de Gil Vicente Gil Vicente emprega, em geral, a língua do povo, a língua de transição entre a arcaica e a clássica


Literatura Portuguesa: Trovadorismo e Humanismos (1)